Escrivinhando no Cambão.

A emancipação chega?

Passando pelo Edificio chamado "Amor Verdadeiro", penso como o seu cheiro que tanto me atraia, hoje na volta para casa, estava mais forte que nunca, e eu que havia fechado as janelas do buzu devido ao frio, ao sentir aquele cheiro forte, reabri as janelas e tentei respirar ar puro para não me enebriar com esse cheiro que me atraiu tantas vezes.
Mas isso de nada importa, pois no terminal tive um encontro foda com um dos meus ex alunos que perguntou se eu já nao dava mais aula. Ele tava vindo do trabalho num supermercado da Cidade 2000.
Me deu a maior alegria ver que o bicho que era um dos mais marrentos, tava dando rumo na sua vida. Isso da ainda mais instiga pra fazer os corre.

E o resto? bem, o resto que se dane.
Bola pra frente que o que passou passou.

abalei.

Sabe, esses dias venho percebendo que a angustia agora faz parte do meu quotidiano. Logo eu que sempre analizei a comodidade da sociedade não por uma questão individual, mas de subjetividades coletivas como a naturalização de tudo. As pessoas naturalizaram a violencia, a divisão em classes, a pobreza, seus problemas.... e eu naturalizei a angustia. Olha que absurdo.

E agora eu, que sempre sofria mas tentava dar a volta por cima, hoje resolvi me abater de vez, ficar triste, chorar, sofrer tudo de uma unica vez e depois poder ver o sol nascer com outros olhos, não mais ressecados pelo sal das lagrimas, mas pela claridade do sol, este astro maximo, que independente dos problemas do mundo, dos individos ou dos asteroides que teimam em navegar nesse universo loucão.

Enfim, pensei em mil dialogos pra escrever, mil modos pra expressar o que venho sentindo e como sair desse buraco sem fundo, mas nunca fui bom com as palavras, sempre tive muito conteudo e forma alguma pra expressa-lo e não vejo porque diabos eu teria que fazer as coisas diferentes nesta rede loucona de meu deus.

Conforto...

Engraçado, como num relacionamento as vesses esquecemos que ambas partes devem estar confortaveis.
O problema de esquecer disso é que acabamos aceitando as situações mais desconfortaveis que progressivamente vão se tornando as mais degradantes... tudo isto pra estar ao lado da pessoa amada.
E quando nos damos conta, vemos que precisamos nos emancipar, mas isto não é nem um pouco facil, acreditem, nem um pouco mesmo.

...

...e o amor irresponsavel nunca para...
ele nunca marca nada e age como se fosse a coisa mais normal...
... quando os compromissos apertam, você sempre será o plano B...
... e pra completar, você sempre se sente culpado.

O amor irresponsavel

Ele diz que te ama, ele te deixa esperando.
Você suporta porque o ama mas já está cansando.
Ele se diz cansado das tuas cobranças, que está apenas vivendo.
E você cobra um compromisso marcado, um momento agendado e não vivido, e ele tem a audacia de desligar o telefone como quem está dando o balão na Visa que liga cobrando a ultima fatura não paga.

A consequencia obvia disso será ambos lados cansados -um das cobranças, outro deste amor irresponsavel, que arromba a porta, tira os moveis da casa, e depois, como quem não tem compromisso algum, vai embora deixando ela vazia sem nada dentro- irem se desgastando pouco a pouco...

Enquanto isso, a musica do Discarga chega ao fim e pergunta: "Até quando?"