sábado, 31 de março de 2012

E é mais uma vez o som que me animou meu 1999 me explicando novamente as mesmas coisas vistas com olhos treze anos mais maduros.


Por que devemos ficar onde não pertencemos?
Por que devemos ficar onde não pertencemos?

Porque lá nunca vai ter espaço suficiente
Então devore o submisso, aprecie o sabor
Sempre será uma delicatesse
Lamba seus lábios e devore o submisso

Por que devemos ficar onde não pertencemos?
Por que devemos ficar onde não pertencemos, onde não pertencemos?

O conglomerado industrial produzindo medo, engarrafado, encoberto
Distribuído perto e longe, vendido a preços módicos
E as pessoas, elas amam isso, elas alimentam isso
Escovam-se com isso, lavam-se com isso, respiram com isso
Injetam isso direto no sangue
Isso parece estar substituindo o amor

Por que devemos ficar onde não pertencemos?
Por que devemos ficar onde não pertencemos, onde não pertencemos?

Por que sempre estará tirando a verdade
Códigos esquecidos, juventude descartada
Você sabe, sempre será haverá a dinastia
Um possui o ar, outro paga pra respirar

Por que devemos ficar onde não pertencemos?
Por que devemos ficar onde não pertencemos?
Por que devemos ficar onde não pertencemos?
Por que devemos ficar onde não pertencemos, onde não pertencemos?

sábado, 24 de março de 2012

Definitivamente o Haroldo é um bicho foda.




O conhecimento só te paralisa quando não se tem um plano, um objetivo, um método.
Quando essa demanda já está suprida, o "saber" só complementa e fundamenta o seu plano, e ai é arregaçar as mangas e trabalhar. Só então você vai saber se o saber vai funcionar na prática ou não.

Enfim, a teoria só pode ser testada na prática.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Se encontrando na arte

Eu me identifico demais com esse filho da puta, não só porque assim como o Peréio, eu definitivamente não sei lidar com elogios, mas por muitas outras coisas, tantas coisas....


Eu nunca sei quando as estórias acabam. Por isso sempre fico preso entre uma e outra, ou entre nenhuma e nenhuma outra; entre um recomeço sem fim e um fim sem termino.
Talvez por ser mais espectador, ou coadjuvante do que protagonista da minha vida, tenha essa enfermidade de não dar conta de quando baixa o pano.
As luzes apagam, o público sai, os colegas limpam a maquiagem e eu continuo lá: Com a fala na cabeça, o texto decorado, aguardando a deixa.
A deixa que nunca vem.
Sempre tive medo das coisas e das pessoas. Um pavor e uma falta de fé.
Talvez por isso eu tenha criado minha própria companhia teatral, onde sou diretor; contra-regra; atores e público.
Eu enceno só para mim uma tragicomédia.
A realidade me faz tão mal e me deixa tão fraco que fico, no fundo do palco, muitas vezes, a sussurrar o texto a mim mesmo.
Às vezes não ouço.
Quase sempre não ouço, porque sussurro baixo e minha voz é trêmula...
O público não entende a peça, logo, não aplaude.
Eu, furioso, demito a todos: ao autor; ao diretor; aos atores...
Expulso o público do teatro e ateio fogo a tudo.
E ali dentro fico eu, junto às cortinas e aos holofotes, incandescentes; queimando, queimando, queimando... 


Alejandro da Costa Carriles

quarta-feira, 14 de março de 2012

Acho que essa letra, contempla melhor o que tentei explicar no post anterior, ou pelo menos uma parte.

É incrivel como o hardcore fala sobre tudo o que sinto, em poucos minutos, ou segundos (como o caso do napalm).




Não sou um bom jogador
Não sei dizer frases feitas
Nada parece ser como é
Posterga-se toda dor


Faça-se a razão
Deixo tudo em suas mãos
Tudo que pensei por ontem
Hoje não mais tentar


Crê na vida de bons cidadãos
Ruas iluminadas roupas limpas
Nada parece ser como é
Onde há muros há o que esconder


Faça-se a razão
Embaixo dos olhos da escravidão
Não repita o que fez ontem
Hoje não mais duvidar


Sofrer por você
Viver lutar
De joelhos hesitar
Por não te desejar


Passos largos em direção
Desejos por trás de desejos
Sem te ter amor


Por todas as contas, por todos os objetos
Essa é a tendencia, isso é viver
Por mais coêrencia, mais acertos, muito mais alvos
Muito mais cor


Sofrer por você
Viver lutar
De joelhos hesitar
Por não te desejar


Passos largos em direção
Desejos por trás de desejos
Por tanto te odiar

E por isso cantar
Por isso trabalhar, por isso roubar


Por mais forte que seja
Você está aqui, dinheiro.

terça-feira, 13 de março de 2012

Ah a paixão...

Mesmo sendo o som mais rápido do mundo (2 segundos) ainda assim me faz refletir muito sobre as razões mais pífias que as pessoas inventam pra se lamentar da vida, da existência enquanto tem tanta desgraça no mundo mesclada com alegria.

No final das contas é muita baboseira criada por nós mesmos como problemas familiares, amor perdido, essas coisas que são apenas complementares à vida.

O mundo é muito foda (no sentido extremamente positivo), o sol nasce todo dia e enquanto não cobrarem pra termos acesso a ele, ele nasce para todos(menos pro pessoal da Islândia que só tem ele 9 meses no ano) depois vem a lua e as estrelas, e depois o sol novamente (sinta que escrevo isso como se falasse com uma intensidade absurda perceptível pela forma como contraio os músculos do rosto, abro os braços como uma galinha e fecho os punhos contraindo os músculos do braço), ainda tem os mares, os lagos, as cachoeiras. 

As vezes imagino que o pessoal das grandes cidades ficam com essas "doenças" por falta de contato com o mundo natural, mas nem é só isso, é uma questão de perspectiva de vida mesmo, da vida individual, pequena, mesquinha sabe. Esse é o problema desse pessoal que no final das contas acaba se matando.

Pode parecer meio duro, mas tem mais que se matar mesmo, livrar a gente dos seus problemas tão pequenos diante da grandeza do universo antes que eles nos contaminem, sabe.

Oportunidades de emprego, educação, saúde, isso sim são problemas, mas que juntos podemos resolver como já dizia o X-Acto "cause when we are together
We own the sky".

O nossos problemas é união, unidade e estratégia. Já dizia o véi barbudo que todas as responsabilidades, as besteiras da vida material perdem a razão, ficam desinteressantes quando estamos juntos e em luta, e só isso pode resolver de uma vez por todas os problemas das mentes insanas que existem por ai e teimam em buscar interesse na vida em festas vazias com gente vazia, no fundo de uma garrafa, ou na próxima droga do momento. Por sinal essa é uma saída individual, liberal, portanto bem burguesa.

Já eu prefiro estar apaixonado, nessa relação de amor pela vida e pelas oportunidades que ela nos dá, de viajar, de conhecer outros locais, outras pessoas, outras lutas, novas estratégias. É nisso que eu  decidi viver, é assim que quero morrer.


Já dizia o Napalm: 
Você sofre
Mas por quê?

 

domingo, 11 de março de 2012

Lutou, batalhou, sangrou, mas não foi dessa vez. Tem que arrumar essa finalização.



Salve, Salve FAC
É o time dos maiorais
E é FERROVIÁRIO ATLÉTICO CLUBE
O dono das iniciais

Somos companheiros inseparáveis

Na alegria e na tristeza
Com esse vermelho, preto e branco
Que traz o símbolo da beleza Vamos marchar para a luta
Continuar nossa jornada
Não enxergamos sacrifício
Enfrentamos qualquer parada

O FERRÃO foi e será

O MAIOR DO CEARÁ!

sábado, 10 de março de 2012

Em clima de carnaval tardio:




E a Beth Carvalho mais uma vez cantando o sentimento no coração do nosso povão:

Chora!
Não vou ligar
Não vou ligar
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar
Mas chora!


Chora!
Não vou ligar
Não vou ligar
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar


É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê
Eu vou festejar
Vou festejar
O teu sofrer
O teu penar


Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão


Mas chora!
Não vou ligar
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar


É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê
Eu vou festejar
Vou festejar
O teu sofrer
O teu penar


Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão

Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão


Laraiá Laraiá
Lá Laiá Laiá
Laiá Laiá
Laiá Laiá


Eu vou festejar
Vou festejar
O teu sofrer
O teu penar


Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão

Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão

sexta-feira, 2 de março de 2012

Demais

 
Olá escuridão, minha velha amiga
Vim conversar com você de novo
Porque uma visão um pouco arrepiante
Deixou sementes enquanto eu dormia
E a visão que foi plantada em meu cérebro
Ainda permanece dentro do som do silêncio

Em sonhos agitados eu caminho só
Em ruas estreitas de paralelepípedos
Sob a luz das lampadas da rua
Levantei minha lapela para me proteger do frio e umidade

Quando meus olhos foram apunhalados
Pelo brilho de uma luz de néon
Que rachou a noite
E tocou o som do silêncio

E na luz nua eu vi
Dez mil pessoas, talvez mais
Pessoas conversando sem falar
Pessoas ouvindo sem escutar

Pessoas escrevendo canções
Que vozes jamais compartilharam
E ninguém ousava
Perturbar o som do silêncio

"Tolos," eu disse, "vocês não sabem"
O silêncio é como um câncer que cresce
Ouçam as palavras que eu possa lhes ensinar
Tomem os braços que eu possa lhes estender"
Mas minhas palavras caíam como gotas silenciosas de chuva
E ecoavam no poço do silêncio

E as pessoas curvavam-se e rezavam
Ao Deus de néon que elas criaram
E o sinal faiscou o seu aviso
Nas palavras que estava formando

E o sinal dizia,
"As palavras dos profetas
Estão escritas nas paredes do metrô
E nos corredores das casas"
E sussurravam no som do silêncio


-Firmeza total, mais um ano se passando
Graças a Deus a gente tá com saúde aí moro?
Muita coletividade na quebrada, dinheiro no bolso
Sem miséria, e é nóis...
Vamos brindar o dia de hoje
Que o amanhã só pertence a Deus, a vida é loka.
Deixa eu fala, pocê,
Tudo, tudo, tudo vai, tudo é fase irmão,
Logo mais vamo arrebentar no mundão,
De cordão de elite, 18 quilates,
Poê no pulso, logo Breitling,
Que tal? tá bom?
De lupa Bausch & Lomb, bombeta branco e vinho,
Champagne para o ar, que é pra abrir nossos caminhos,
Pobre é o diabo, eu odeio a ostentação,
Pode rir, ri mais não desacredita não.
É só questão de tempo, o fim do sofrimento,
Um brinde pros guerreiro, zé polvinho eu lamento,
Vermes que só faz peso na terra.
Tira o zóio.
Tira o zóio, vê se me erra,
Eu durmo pronto pra guerra,
E eu não era assim, eu tenho ódio,
E sei que é mau pra mim,
Fazer o que se é assim,
Vida loka cabulosa,
O cheiro é de pólvora,
E eu prefiro rosas.
E eu que...e eu que...
Sempre quiz com um lugar,
Gramado e limpo, assim, verde como o mar,
Cercas brancas, uma seringueira com balança,
Disbicando pipa, cercado de criança...
How...how Brown
Acorda sangue bom,
Aqui é capão redondo, tru
Não pokemon,
Zona sul é o invés, é stress concentrado,
Um coração ferido, por metro quadrado...
Quanto, mais tempo eu vou resistir,
Pior que eu já vi meu lado bom na U.T.I,
Meu anjo do perdão foi bom,
Mas tá fraco,
Culpa dos imundo, do espírito opaco.
Eu queria ter, pra testar e vê,
Um malote, com glória, fama,
Embrulhado em pacote,
Se é isso que cêis quer,
Vem pegar.
Jogar num rio de merda e ver vários pular,
Dinheiro é foda,
Na mão de favelado, é mó guela,
Na crise, vários pedra, 90 esfarela.
Eu vou jogar pra ganha,
O meu money, vai e vem,
Porém, quem tem, tem,
Não cresço o zóio em ninguém,
O que tiver que ser,
Será meu,
Tá escrito nas estrelas,
Vai reclamar com Deus.
Imagina nóis de Audi,
Ou de citröen,
Indo aqui, indo ali,
Só pam,
De vai e vem,
No Capão, no Apurá, vô colar,
Na pedreira do São Bento,
Na fundão, no pião,
Sexta-feira.
De teto solar,
O luar representa,
Ouvindo Cassiano,
Ha.
Os gambé não güenta.
Mais se não der,
Nêgo,
O que é que tem,
O importante é nós aqui,
Junto ano que vem,
O caminho,
Da felicidade ainda existe,
É uma trilha estreita,
Em meio a selva triste.
Quanto cê paga,
Pra vê sua mãe agora,
E nunca mais ver seu pivete,
Ir embora,
Dá a casa, dá o carro,
Uma glock, e uma fal,
Sobe cego de joelho,
Mil e cem degraus.
Quente é mil grau,
O que o guerreiro diz,
O promotor é só um homem,
Deus é o juiz.
Enquanto Zé Polvinho,
Apedrejava a cruz,
E o canalha, fardado,
Cuspiu em Jesus.
Oh...
Aos 45 do segundo arrependido,
Salvo e perdoado,
É Dimas o bandido.
É loko o bagulho,
Arrepia na hora
Oh
Dimas, primeiro vida loka da história.
Eu digo.
Glória...glória...
Sei que Deus tá aqui.
E só quem é,
Só quem é vai sentir.
E meus guerreiro de fé,
Quero ouvir....quero ouvir...
E meus guerreiro de fé,
Quero ouvir...irmão...
Programado pra morre nós é,
Certo é...certo...é crê no que der...
Firmeza
Não é questão de luxo,
Não é questão de cor,
É questão que fartura,
Alega o sofredor.
Não é questão de preza, nêgo
A idéia é essa,
Miséria, traz tristeza, e vice-versa,
Inconscientemente,
Vem na minha mente inteira,
a loja de tênis,
O olhar do parceiro feliz,
De poder comprar,
O azul, o vermelho,
O balcão, o espelho,
O estoque, a modelo.
Não importa,
Dinheiro é puta,
E abre as portas,
monte o castelo de areia quem quiser.
Preto e dinheiro,
São palavras rivais,
É,
Então mostra pra esses cú,
Como é que faz.
O seu enterro foi dramático,
Como um blues antigo,
Mas tinha estilo,
Me perdoe, de bandido.
Tempo pra pensar,
Quer parar,
Que cê qué?
Viver pouco como um rei,
Ou muito, como um Zé?
Às vezes eu acho,
Que todo preto como eu,
Só quer um terreno no mato,
Só seu.
Sem luxo, descalço, nadar num riacho,
Sem fome,
Pegando as fruta no cacho.
Aí truta, é o que eu acho,
Quero também,
Mas em São Paulo,
Deus é uma nota de 100,
Vidaloka!!!


"porque o guerreiro de fé nunca gela,
Não agrada o injusto, e não amarela,
O Rei dos reis, foi traído, e sangrou nessa terra,
Mas morrer como um homem é o prêmio da guerra,
Mas Óh,
Conforme for, se precisa, afoga no próprio sangue, assim será,
Nosso espírito é imortal, sangue do meu sangue,
Entre o corte da espada e o perfume da rosa,
Sem menção honrosa, sem massagem."
A vida é loka nêgo,
E nela eu tô de passagem.
À Dimas o primeiro.
Saúde guerreiro!
Dimas... Dimas... Dimas...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Uma ode à luta de classes

A vida parece um teatro, um teatro em que o roteiro é construído por quem participa mais intervindo menos. Esse roteiro, feito por pessoas e somente por isso está fadado ao fracasso, à vitória. O erro de um gera o erro do outro, e por consequência o seu acerto.

Ao fim do primeiro ato vem uma pausa para a plateia respirar, fumar um cigarro, mas especialmente para os atores se prepararem para o novo desenrolar da história, para os trabalhadores manuais prepararem o novo cenário, tudo as escondidas da plateia que não pode espiar sob o risco de estragar a encenação.

E então começa uma nova etapa, que pode ser uma continuidade ou uma ruptura com o ato anterior, ou até uma continuidade disfarçada de ruptura mas nunca uma ruptura disfarçada de continuidade, pois quem rompe precisa mostrar aos quatro ventos, aos sete mares, a todas as sereias e monstros marinhos, a todos os elementos da natureza que houve o racha, o apartamento, o corte do cordão umbilical, a liberação, entre outros substantivos que quem escreve gosta de usar e eu tampouco dado ao meu linguajar chulo.

No entanto ao fim do terceiro, naquela pausa em que os atores vão comer, tomar uma água pois estão desidratados de tanto cantarem ou trocarem de roupa,  é inevitável não olhar e analisar o primeiro ato. O que foi que ocorreu? Como as coisas se deram? Porque aconteceu isso ou aquilo? Porque aquele primeiro ato terminou tão mal?

O segundo ato acaba perdendo a importância no decorrer da peça pois já foi a ruptura sendo portanto apenas a continuidade do fim, as escolhas óbvias serão tomadas pois, afinal, somos humanos e completamente previsíveis.

Já o terceiro ato é o perigoso, pois é a consolidação ou negação da ruptura do primeiro ato e é nesse em que nos encontramos já que aquela cena iniciada no final do primeiro semestre e que durou até o inicio do segundo semestre de 2011 apresentou suas limitações e consequências para nós, nos deixou no estágio de letargia do segundo ato, das consequências óbvias, de cada um cuidar um pouco de si, da sua vida, ainda que por vezes nos peguemos pensando constantemente um no outro, que entremos em contato com os velhos aliados para ouvirmos de cada um os erros cometidos, as possibilidades que tivemos e não aproveitamos.

E eu que não sonhava, hoje sonho com você, por uma simples razão: você não sai da minha cabeça. Também alimento na medida em que fico lhe estudando, lhe analisando e por vezes me pego lhe respirando, sentindo, te transformando em nada, em tudo para não errar neste terceiro ato e me misturar à peça forçando um retorno eterno ao primeiro ato, momento em que tudo estava a flor da pele, momento em que nós desejávamos tomar o céu de assalto e que isso era de fato possível. Por vezes podíamos sentir a umidade das nuvens na ponta dos dedos, ao nosso alcance e ainda ele continua ali, tão próximo para quem a conhece, mesmo que por idealizações, e ao mesmo tempo tão distante. Milhares de vezes fomos empurrados e uma hora a "escadinha" feita na nossa cacunda ia ter que cair inviabilizando o toque.

Estamos agora nesse estágio em que devemos construir o retorno ao primeiro ato, momento em que tudo era sincero, em que tudo era possível, ou abandonar de vez o teatro, seja como espectador, seja como ator.
Eu já fiz minha escolha, sempre retornar ao primeiro ato.

"Humano, demasiadamente humano", e com todo orgulho porque definitivamente entendi o véio barbudo e seu amor por essa raça, a raça humana e sua capacidade de transformar e se transformar. E afinal, como não ama-la não é?