terça-feira, 19 de outubro de 2010

Platônico [pt 1]

Ela sobe no ônibus, fica apertada entre o primeiro degrau e a porta e eu olho usando o cabelo para esconder por onde vai o meu olhar.

O rosto macio, a camisa branca de botão que contrastava com a bermuda 1/2 azul quase branca e desfiada a tornava ainda mais atraente. Eis que de repente ela sobe e fica bem perto, mostrando aquele rosto com a bochecha meio avermelhada, olhos bem pintados, toda cuidada contrastando com o cabelo amarrado com uma simples liga elastica qualquer achada no chão, mas que logo ganhou uma utilidade na beleza daquela menina.

E ela ficou apertada naquele buzu, e tive vontade de dizer-lhe para vir ficar ao meu lado pois tinha espaço, e quando uma das alças da bolsa cairam eu tive vontade de pô-la de volta em seu ombro, mas faltou cara de pau.

Então ela foi mais a frente, e eu fui junto, pois estava a duas paradas. Ela ficou de costas para mim, nem me notou, nem percebeu que eu dissecava a sua presença com tanta... com tanta... vontade de interferir na sua viajem rotineira, mas tive medo de parecer um babaca, de que ela pensasse que eu sou o tipico homem que pucha assunto com qualquer fêmea atrás apenas daquilo você sabe o que... e por isso fiquei calado, tentei me convencer de que ela era apenas mais uma pessoa no buzu, dei sinal, desci e com os olhos acompanhei ela indo embora, sendo levada pelo 832...

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